O entusiasta da pesca submarina Pedro Duarte Guimarães destaca que conhecer bem as espécies marinhas é um dos pilares para praticar esse esporte com segurança, ética e respeito ao meio ambiente. No Brasil, a biodiversidade costeira oferece uma variedade de peixes que atraem tanto iniciantes quanto praticantes experientes. Identificar corretamente cada espécie é fundamental para evitar capturas ilegais, proteger espécies ameaçadas e garantir uma prática sustentável.
Além das técnicas de apneia e controle subaquático, o pescador submarino precisa desenvolver um olhar atento para distinguir características como formato corporal, padrão de cores e comportamento de cada peixe. Algumas espécies são parecidas visualmente, mas possuem diferenças significativas em tamanho, profundidade de ocorrência e valor ecológico. Saber identificá-las corretamente torna a experiência mais rica, segura e alinhada às boas práticas da pesca esportiva.
Quais são os peixes mais visados na pesca submarina brasileira?
Um dos alvos mais tradicionais da pesca submarina é o pargo, também conhecido como vermelho. Pedro Duarte Guimarães explica que essa espécie habita áreas de costões e lajes, possui corpo robusto, coloração avermelhada e comportamento arisco. Outro peixe muito procurado é o badejo, facilmente reconhecido pelas manchas escuras no dorso e hábito de se esconder em tocas e cavernas. Ambos são valorizados por sua carne firme e saborosa.
Também estão entre os mais visados a anchova, o xaréu e o olho-de-boi. A anchova se destaca pelo corpo alongado e comportamento agressivo, o que exige atenção redobrada no momento do disparo. O xaréu, por sua vez, costuma andar em cardumes e pode ser identificado pela coloração prateada e cauda bifurcada. Já o olho-de-boi chama a atenção pelo tamanho e olhos grandes, comuns em profundidades maiores e com excelente capacidade de camuflagem.

Como diferenciar espécies semelhantes durante o mergulho?
Algumas espécies podem ser confundidas devido à semelhança morfológica, especialmente em condições de visibilidade reduzida. Pedro Duarte Guimarães frisa que o pescador deve observar atentamente os detalhes da nadadeira caudal, o padrão de listras ou manchas e o formato da cabeça. Por exemplo, o sargo-de-dente pode ser confundido com o pargo, mas apresenta dentição visível e comportamento menos arredio.
O robalo e o camurim também podem ser confundidos. Ambos têm corpo alongado e coloração prateada, mas o robalo exibe uma linha lateral escura bem definida e se move de maneira mais cautelosa. A experiência e o treino do olhar fazem toda a diferença. Fotografar as espécies e estudar guias ilustrados antes das saídas pode ajudar bastante no reconhecimento durante a prática em mar aberto.
Quais cuidados éticos e legais devem ser respeitados?
Identificar a espécie envolve responsabilidade. Pedro Duarte Guimarães enfatiza que a legislação brasileira impõe limites de tamanho mínimo e proíbe a captura de espécies ameaçadas. Peixes como garoupas e meros, por exemplo, são protegidos por lei e devem ser preservados, mesmo que estejam ao alcance do arpão. O desconhecimento não isenta o praticante da responsabilidade legal.
É preciso respeitar o equilíbrio dos ecossistemas. A pesca seletiva, uma das principais características da modalidade submarina, permite escolher alvos específicos e evitar danos colaterais. Mesmo assim, é necessário bom senso: não vale a pena capturar peixes pequenos, fora de época ou em áreas de reprodução. Pescar com consciência garante que a atividade continue viva e sustentável para as futuras gerações.
Para mergulhar com mais técnica e consciência
Identificar as espécies da pesca submarina exige estudo, prática e atenção aos detalhes. Pedro Duarte Guimarães reforça que um pescador bem informado toma decisões mais éticas, evita riscos e contribui para a preservação dos mares brasileiros. A beleza da atividade está justamente no equilíbrio entre aventura, conhecimento e respeito à natureza.
O Brasil oferece um cenário único para quem pratica pesca submarina, mas com grande diversidade vem também a responsabilidade. Saber o que se está pescando é tão importante quanto dominar o equipamento. Quando o conhecimento caminha lado a lado com a técnica, a experiência subaquática se torna ainda mais gratificante, segura e consciente.
Autor: Hyacinth Barbosa