Em 23 de abril de 2025, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) deu um passo significativo em direção à sustentabilidade urbana ao aprovar, na Comissão de Ciência e Tecnologia, o Projeto de Lei nº 2085/2024. De autoria do deputado Doriel Barros (PT), a proposta visa instituir a Política Estadual de Incentivo à Implementação de Telhados Verdes, com o objetivo de promover a sustentabilidade urbana e alinhar às diretrizes de preservação ambiental e enfrentamento às mudanças climáticas.
Os telhados verdes, também conhecidos como coberturas vegetadas, são estruturas construídas sobre edifícios nas quais se planta vegetação, com o uso de camadas específicas que garantem impermeabilização, drenagem e substrato adequado para as plantas. Essas coberturas oferecem uma série de benefícios, como a redução das ilhas de calor urbanas, o aumento da biodiversidade local e a melhoria na qualidade do ar. Além disso, contribuem para o isolamento térmico dos edifícios, resultando em economia de energia elétrica.
A proposta aprovada pela Comissão de Ciência e Tecnologia estabelece que o Estado oferecerá incentivos econômicos e benefícios fiscais para estimular a adoção de telhados verdes por parte dos proprietários de imóveis. Essas medidas visam tornar a implementação dessas tecnologias mais acessíveis e atrativas, especialmente para pequenos e médios empreendedores. Além disso, o projeto prevê a realização de campanhas de divulgação sobre os benefícios dessas iniciativas para a população, promovendo a conscientização ambiental.
A presidente da Comissão, deputada Simone Santana (PSB), ressaltou a importância da medida, destacando que os telhados verdes ajudam a reduzir as ondas de calor e facilitam o escoamento da chuva. Esses benefícios são especialmente relevantes em áreas urbanas densamente povoadas, onde a impermeabilização do solo e a escassez de vegetação contribuem para o agravamento dos efeitos das mudanças climáticas. A implementação de telhados verdes surge, portanto, como uma solução eficaz para mitigar esses impactos.
Além da proposta de incentivo, a Alepe já havia aprovado anteriormente o Projeto de Lei nº 379/2023, que exige que novos edifícios em Pernambuco contenham telhado verde no topo. Conforme a norma, o planejamento arquitetônico de novas construções com mais de quatro pavimentos deverá contemplar a cobertura vegetal, com o objetivo de aprimorar os aspectos paisagísticos e reduzir os impactos socioambientais. Essa legislação reflete o compromisso do Estado com a promoção de práticas urbanas sustentáveis e a adaptação às mudanças climáticas.
A implementação de telhados verdes também pode trazer benefícios econômicos para os proprietários de imóveis. Além da redução nos custos com energia elétrica devido ao isolamento térmico proporcionado pelas coberturas vegetadas, os telhados verdes podem aumentar o valor de mercado dos imóveis, tornando-os mais atrativos para potenciais compradores ou locatários. Esses fatores podem contribuir para a valorização imobiliária e o retorno sobre o investimento realizado na instalação dos telhados verdes.
A adoção de telhados verdes em larga escala pode transformar o cenário urbano de Pernambuco, promovendo cidades mais verdes, resilientes e adaptadas às mudanças climáticas. Além dos benefícios ambientais e econômicos, a implementação dessas tecnologias pode melhorar a qualidade de vida dos habitantes urbanos, proporcionando espaços mais agradáveis e saudáveis. A iniciativa da Alepe representa um modelo a ser seguido por outras regiões do Brasil, demonstrando que é possível aliar desenvolvimento urbano e sustentabilidade.
Com a aprovação da Política Estadual de Incentivo à Implementação de Telhados Verdes, Pernambuco se posiciona na vanguarda da inovação urbana sustentável. A expectativa é que, com o apoio do Estado e a conscientização da população, a implementação de telhados verdes se torne uma prática comum em todo o território pernambucano, contribuindo para a construção de um futuro mais sustentável e resiliente para as próximas gerações.
Autor: Hyacinth Barbosa