A empresa de impacto social SAS Brasil está desenvolvendo tecnologias inovadoras que prometem revolucionar o acesso à saúde para mulheres em regiões remotas do país. Em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), as cofundadoras Sabine Zink e Adriana Mallet trabalham em um sistema de inteligência artificial (IA) capaz de otimizar a detecção do câncer de colo de útero, reduzindo etapas no processo de diagnóstico.


Além disso, a SAS Brasil, em colaboração com a Philips Foundation, desenvolveu uma tecnologia de ultrassonografia remota que já beneficiou cerca de 500 mulheres. Essas inovações são particularmente relevantes considerando que, segundo dados do IBGE, brasileiros percorrem em média 72 quilômetros para acessar serviços de saúde de baixa e média complexidade pelo SUS.


A jornada da SAS Brasil começou em 2013, quando Zink e Mallet iniciaram um projeto para levar atendimento médico de qualidade a áreas remotas do país. Em 2015, a empresa foi oficialmente fundada, criando uma rede de profissionais de saúde para atender regiões carentes de especialistas. Dois anos depois, a SAS passou a incorporar tecnologia em suas operações para ampliar o acesso à saúde.


Recentemente, a empresa anunciou a criação do SAS Brasil Living Lab, um centro de pesquisa em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. O programa visa desenvolver modelos de saúde assistencial por meio da telemedicina e fornecer treinamento para a tecnologia de ultrassom remoto.


O ultrassom remoto, testado desde 2021, opera sob um protocolo que orienta tanto o médico que acompanha remotamente quanto o profissional que realiza o procedimento presencialmente. A SAS busca expandir o acesso a essa tecnologia, propondo o treinamento de enfermeiros, técnicos e até membros da comunidade para operar os equipamentos em áreas distantes.


No caso específico do câncer de colo de útero, a proposta da SAS é realizar a colonoscopia simultaneamente ao exame de papanicolau, permitindo que médicos acessem remotamente os resultados de ambos os exames. A IA entra na análise das imagens, sendo treinada para reconhecer padrões saudáveis e anormais.


Os dados preliminares mostram que a IA apresenta uma taxa de sucesso de cerca de 70%, com potencial para melhorias. As pesquisadoras almejam aprimorar o modelo para que ele possa não apenas detectar a presença do câncer, mas também determinar seu estágio de desenvolvimento. Essa abordagem tem o potencial de antecipar o diagnóstico em até um ano.


O treinamento da IA começou com um banco de dados de mil imagens, expandindo-se posteriormente com a contribuição de 225 mil imagens do Hospital de Amor em Campinas. Esse vasto conjunto de dados está sendo utilizado para refinar a precisão do sistema, visando melhorar significativamente o processo de diagnóstico e, consequentemente, as chances de tratamento bem-sucedido para mulheres em todo o país.

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