A certificação de origem para o cavalo crioulo tem se consolidado como uma ferramenta estratégica para garantir valor agregado à criação, fortalecendo a reputação da raça e assegurando a autenticidade genética e cultural do animal. O empresário Aldo Vendramin aponta que, em um mercado cada vez mais exigente e globalizado, oferecer rastreabilidade e confiabilidade sobre a linhagem é um diferencial competitivo de grande relevância. Para criadores, compradores e instituições, esse processo de certificação amplia a transparência e consolida a confiança em um patrimônio genético valorizado dentro e fora do Brasil.
O cavalo crioulo, reconhecido por sua rusticidade, resistência e aptidão funcional, carrega consigo mais do que características biológicas ele representa um símbolo da cultura do Sul do país. Ao certificar sua origem, preserva-se também esse legado histórico e produtivo. A documentação correta da genealogia, associada a critérios técnicos de criação, favorece a formação de um rebanho mais padronizado, com ganhos em sanidade, performance e comercialização.

Certificação de origem para o cavalo crioulo como instrumento de valorização
A adoção da certificação de origem para o cavalo crioulo tem impactos significativos na cadeia produtiva. Através de registros detalhados, é possível atestar não apenas a procedência do animal, mas também sua integridade genética e o respeito a padrões reprodutivos estabelecidos por entidades reconhecidas. Segundo Aldo Vendramin, esse tipo de controle contribui para elevar o padrão da raça e permite ao criador acessar mercados mais exigentes, como leilões de elite e compradores internacionais que priorizam animais com histórico documentado.
Além disso, a certificação também facilita programas de melhoramento genético, pois permite cruzamentos mais assertivos, com base em informações confiáveis. O uso estratégico da genética torna-se mais eficiente e contribui para preservar as qualidades desejadas da raça crioula, como resistência física, docilidade e aptidão para provas funcionais. Essa rastreabilidade genética valoriza cada indivíduo não apenas como animal de trabalho ou esporte, mas como ativo biológico e cultural.
Impactos comerciais e culturais da certificação na raça crioula
Para os mercados especializados, a certificação de origem para o cavalo crioulo representa mais do que um selo técnico é uma garantia de procedência que influencia diretamente no valor de mercado do animal. Conforme observa Aldo Vendramin, animais certificados tendem a alcançar valores superiores em leilões e são mais facilmente negociados com compradores internacionais, que demandam segurança nas informações de origem, desempenho e linhagem.
Culturalmente, o impacto também é relevante. Ao certificar o cavalo crioulo, protege-se não só a genética da raça, mas também os modos tradicionais de criação e manejo associados à cultura gaúcha. Isso reforça o vínculo entre a criação de cavalos e o turismo rural, as manifestações campeiras e as exposições agropecuárias, tornando a raça ainda mais representativa como símbolo regional.
Desafios e perspectivas para a ampliação da certificação
Apesar dos avanços, a ampliação da certificação de origem para o cavalo crioulo ainda enfrenta alguns obstáculos. A burocracia em alguns processos, os custos envolvidos e a necessidade de maior conscientização entre pequenos criadores são pontos que demandam atenção. Aldo Vendramin acredita que o papel das associações de criadores, junto a entidades públicas e privadas, será fundamental para democratizar o acesso à certificação e expandir seu uso de forma abrangente e padronizada.
Investir em tecnologia, como plataformas digitais integradas aos bancos de dados genealógicos, pode facilitar o registro e tornar o processo mais ágil e acessível. A qualificação de técnicos, o incentivo à adesão voluntária e a valorização dos animais certificados em feiras e premiações também são estratégias eficazes para estimular a adesão. À medida que a rastreabilidade se torna um valor cada vez mais importante no agronegócio como um todo, a certificação da raça crioula surge como uma resposta coerente às novas demandas de qualidade, identidade e confiança.
Autor: Hyacinth Barbosa